Por muito tempo o mercado de trabalho selecionou profissionais com base em suas experiências ou certificações técnicas, mas o presente tem nos mostrado uma nova “habilidade” exigida pelos recrutadores: as competências socioemocionais.
Esse novo diferencial está relacionado aos indivíduos, mas o papel das lideranças, dos setores de Recursos Humanos (RH) e as características da cultura organizacional serão determinantes para o pleno desenvolvimento dos profissionais.
Mas afinal, o que são as competências socioemocionais?
Conhecido no meio científico como “competências não cognitivas”, o conceito se refere ao conjunto de habilidades que cada ser humano desenvolve a partir da inteligência emocional desde a infância. Em outras palavras, está diretamente ligado à capacidade que cada profissional tem de lidar com suas emoções, relacionamentos interpessoais, comunicação e se, nesses pontos, apresenta ser socialmente responsável.
Essas habilidades que incorporam o conceito e passam a ser consideradas socioemocionais são perceptíveis no modo de sentir, pensar e agir de cada pessoa. Portanto, é possível mapear essas capacidades quando o indivíduo é estimulado socialmente, individualmente e profissionalmente, ou seja, ao se comunicar com outras pessoas, na tomada de decisões ou enfrentando situações adversas.
Quando trabalhadas de maneira integrada às capacidades técnicas, as socioemocionais contribuem essencialmente com o desenvolvimento completo do indivíduo. A partir desse momento o profissional conta com um diferencial e se torna mais competitivo no mercado.
Quais são as competências socioemocionais?
O professor de Psicologia da Universidade da Califórnia, Oliver John, separou doze competências socioemocionais em cinco grupos característicos, vejamos as divisões dos grupos:
- Extroversão: assertividade, iniciativa social e entusiasmo
- Autogestão: organização, determinação, responsabilidade e persistência.
- Estabilidade: paciência e autoconfiança.
- Amabilidade: respeito, confiança e empatia.
- Abertura: Interesse, criatividade e curiosidade.
É importante ressaltar que essa é uma das perspectivas acerca do assunto, portanto, outros estudos podem segmentar e determinar essas competências de outras maneiras. Vamos agora para as 12 competências socioemocionais:
- Metacognição: reconhecimento das próprias atitudes, conhecimentos, valores e capacidade de estabelecer metas.
- Ética: instrução para princípios morais em vivências e decisões.
- Liderança: habilidade em tomar voz e guiar as trilhas a serem exploradas coletivamente.
- Mentalidade de crescimento: pleno conhecimento de que o esforço leva ao progresso e de superar obstáculos.
- Comunicação: facilidade em compreender, escutar e repassar informações de forma didática.
- Criatividade: habilidade em desenvolver projetos, ideias e criações.
- Colaboração: capacidade de compartilhar metas e tarefas, unir-se aos companheiros de vida/trabalho para solucionar problemas.
- Pensamento crítico: capacidade de aprender através de análises criteriosas acerca de informações e tomar decisões.
- Curiosidade: vontade de absorver conhecimento, explorar novas ideias e o mundo.
- Coragem: capacidade de defender seu posicionamento, vontade própria e confrontar de maneira empática.
- Resiliência: habilidade em lidar com cenários adversos e mudanças, sempre focando no aprendizado.
- Atenção: capacidade de se concentrar, manter o foco e analisar problemas sob várias óticas.
A importância das competências socioemocionais
Pensando de forma estratégica, as empresas começaram a buscar perfis de profissionais de acordo com a necessidade de cada vaga. Por exemplo, um cargo de gestão exigiria um profissional de competências de liderança, pensamento crítico e comunicação.
Para além do âmbito profissional, é necessário que essas competências sejam vistas como ganhos também para os indivíduos, enquanto seres humanos inseridos em sociedade. Todas essas habilidades dizem respeito às relações interpessoais não só no ambiente corporativo, auxiliando assim cada profissional a lidar com momentos de crise dentro e fora da vida organizacional.
E claro, é indispensável que essas competências estejam alinhadas com a cultura organizacional e o perfil de cada empresa, sendo papel dos cargos de liderança identificar os pontos fracos de suas equipes e trabalhar essas competências junto aos profissionais.
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