Inevitavelmente, na atualidade quase tudo que pensamos, planejamos e discutimos, está, de alguma forma, correlacionado ou sendo influenciado pelo cenário pandêmico. Nossas expectativas quanto ao futuro, trabalho e carreira, sofreram diversas alterações e, além disso, ainda estamos vivendo momentos desafiadores, com incertezas. Esse cenário, associado à velocidade das mudanças tecnológicas, exigências e transformações constantes no mundo corporativo, pode gerar em cada um de nós, de maneiras e níveis diferentes, impactos na saúde física e emocional. Por isso, as organizações têm dado maior destaque a este tema, considerando a sensibilidade do assunto e seus desdobramentos, um deles na produtividade.
Um estudo liderado pela OMS estimou que os transtornos depressivos e de ansiedade custam, em perda de produtividade anual, cerca de 1 trilhão de dólares à economia global. Obviamente, afetam também o rendimento no trabalho, os fatores relativos às habilidades e conhecimentos técnicos. Porém, no momento, efeitos associados ao estresse, têm sido preponderantes nos resultados e na performance das pessoas. A ISMA-BR (International Stress Management Association Brasil), aponta que 30% dos profissionais brasileiros sofrem da Síndrome de Burnout, termo de origem inglesa que significa esgotamento, referindo-se à exaustão extrema provocada pelo estresse no trabalho.
As estratégias para lidar com esse cenário, não são responsabilidade apenas das empresas, mas a corresponsabilidade na proposição de soluções e na criação de programas customizados voltados à gestão da saúde, mostra-se eficiente e sustentável, possibilitando ganhos para profissionais e organizações. As pessoas vêm investindo com maior intensidade na busca de informações referentes a saúde mental e bem-estar no trabalho, na realização de cursos com foco em inteligência emocional, desenvolvimento pessoal e autoconhecimento, contando também com ajuda profissional especializada para a obtenção de equilíbrio pessoal e profissional. E, as organizações, sob o olhar atento e cuidadoso do RH estratégico, tem atuado para colocar em prática iniciativas que objetivam reverter esse contexto, provocando mudanças consistentes de cultura e clima.
Promover o engajamento dos líderes nesse processo, ajudando-os no exercício da empatia, na prática de feedbacks humanizados, no estabelecimento do canal aberto e transparente de comunicação. Inclusive para que esse assunto não seja visto como tabu, são algumas das várias práticas que caminham na direção da melhoria e preservação da saúde emocional das pessoas, bem como da produtividade nas empresas. Repensar a qualidade de vida e o conceito de alta performance tornou-se estratégico no ambiente corporativo, não apenas como resposta aos desafios impostos pelo cenário atual, mas como pilar importante na gestão de pessoas.