O relatório Global Gender Gap 2023 do Fórum Econômico Mundial ilumina um caminho esperançoso para a equidade de gênero no Brasil e no mundo.
No último ano, o Brasil fez um salto impressionante no ranking global de paridade de gênero, destacando-se por seus esforços para fechar a lacuna. O país subiu no ranking com melhor paridade entre os gêneros, indo da 94ª posição em 2022 para a de 57ª em 2023. O avanço de 0,696 para 0,726 pontos, sendo que 1 significa nenhuma diferença entre homens e mulheres, reflete um aumento substancial na participação e oportunidades econômicas para as mulheres, além de manter um alto nível de igualdade em educação e saúde. Essa melhoria reflete não apenas o progresso social, mas também uma mudança significativa no ambiente corporativo. Ainda assim, o relatório nos lembra que há um caminho desafiador pela frente, especialmente na esfera econômica, onde as disparidades permanecem mais acentuadas.
Progressos e desafios
A participação econômica das mulheres, que tem o maior peso na avaliação do índice de gênero, apesar de ter melhorado, ainda deixa a desejar. As mulheres brasileiras avançaram, mas a participação plena e igualitária na economia continua sendo um desafio crítico. A disparidade salarial persiste, e as posições de liderança ainda não refletem a composição de gênero da sociedade.
O panorama global mostra que, embora a paridade de gênero esteja avançando a passos lentos, com uma melhoria global de apenas 0,3% de 2022 para 2023, há sinais encorajadores de recuperação aos níveis pré-pandemia. A América Latina e o Caribe, onde se situa o Brasil, demonstrou um avanço notável, superando 74,3% da desigualdade de gênero e registrando um aumento na paridade desde o último ano. Ainda assim, estamos diante de uma previsão de que, se mantido o ritmo atual, a disparidade de gênero global só desaparecerá em 2154. Este é um lembrete da necessidade de ações mais rápidas e eficazes para alcançar uma verdadeira igualdade.
A importância da equidade de gênero
A equidade no trabalho não se limita a uma questão de justiça social; é também uma estratégia vital para a saúde econômica de qualquer nação. A participação econômica feminina e a representação igualitária em posições de liderança são agora reconhecidas como elementos críticos para a estabilidade financeira e o desempenho econômico robusto. Líderes de negócios e governos são conclamados a agir de forma coletiva e audaz para estreitar essa lacuna.
Estratégias para avançar
Para promover a equidade de gênero e acelerar o fechamento da lacuna, as empresas podem:
- Aumentar a participação feminina: Investir em programas que incentivem a participação econômica das mulheres, não só como colaboradoras, mas também como líderes e tomadoras de decisão.
- Promover políticas igualitárias: Adotar políticas que garantam igualdade salarial e oportunidades de desenvolvimento profissional independentemente do gênero.
- Incentivar a flexibilidade e o equilíbrio: Oferecer opções de trabalho flexíveis que apoiem um melhor equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, beneficiando todos os funcionários.
- Implementar cultura de inclusão: Desenvolver uma cultura corporativa que não só celebre, mas também tire proveito da diversidade de gênero em todos os níveis da organização.
- Transparência e responsabilização: Estabelecer metas claras para a diversidade de gênero e monitorar o progresso, mantendo a liderança e os stakeholders responsáveis.
Acreditamos que a equidade de gênero não é apenas uma questão de justiça social, mas uma estratégia essencial para o sucesso empresarial. Ao promover um ambiente de trabalho mais inclusivo, as empresas não apenas apoiam o bem-estar e o desenvolvimento de seus funcionários, mas também se posicionam para prosperar em um mercado global cada vez mais diversificado e competitivo. Convidamos todas as organizações a se juntarem a nós nesse compromisso com a equidade de gênero, trilhando juntos o caminho para um futuro mais inclusivo e bem-sucedido.
Fonte: World Economic Forum e Movimento Mulher 360