A realização de horas extras, quando pontual e bem administrada, pode ajudar empresas a atender demandas urgentes sem aumentar o quadro de colaboradores. No entanto, quando se torna rotina, revela um problema maior: uma estrutura que não está funcionando como deveria.
Segundo pesquisa da WeWork em parceria com a Page Outsourcing, 77% dos profissionais fazem horas extras com frequência. O que poderia ser exceção virou regra — e isso traz riscos para todos os lados.
Os impactos para a empresa
- Custo elevado: As horas extras são pagas com acréscimos legais (50% a 100% a mais), o que impacta diretamente a folha de pagamento.
- Aumento de passivos trabalhistas: Jornadas excessivas, especialmente sem controle adequado, podem gerar ações judiciais por danos morais ou por descumprimento da CLT.
- Queda de produtividade: Funcionários cansados rendem menos, cometem mais erros e podem afetar a qualidade do serviço.
- Rotatividade: O esgotamento leva ao pedido de desligamento ou afastamento por questões de saúde física e emocional.
Os impactos para o colaborador
- Prejuízos à saúde: Sono irregular, estresse crônico, ansiedade, burnout. As consequências para o bem-estar são sérias e muitas vezes silenciosas.
- Desgaste nas relações pessoais: Falta de tempo com a família, amigos e para autocuidado.
- Sensação de injustiça: Em muitos casos, colaboradores sentem que estão sendo sobrecarregados por falhas da gestão.
O papel estratégico do RH
O RH deve atuar como agente de equilíbrio entre as demandas da empresa e a saúde dos colaboradores. Algumas ações eficazes incluem:
- Monitorar e analisar dados de jornada.
- Investir em redistribuição de tarefas, contratações pontuais ou otimização de processos.
- Avaliar a cultura organizacional: por que trabalhar além do horário virou um “orgulho”?
- Criar canais de escuta ativa para entender como as equipes estão lidando com a carga de trabalho.
- Promover ações de bem-estar e educação sobre limites saudáveis.
Mais do que apenas uma questão trabalhista, o excesso de horas extras é um sinal claro de que algo precisa mudar. E quanto antes essa mudança começar, mais saudável será o ambiente e mais sustentável será o crescimento da empresa.
Fonte: Guia Trabalhista, Gupy, Exame 1, Exame 2, Você RH