Diretamente ligada aos ambientes de trabalho, a Síndrome de Burnout vem se tornando uma das principais doenças do século XXI. O estado de tensão emocional somado ao estresse provocado por rotinas de trabalho fisicamente e psicologicamente exaustivas são as principais características da Burnout.
O que é?
“Burnout” vem do inglês e em uma tradução ao pé da letra significa: queima de fora para dentro. Ou seja, a síndrome pode ser definida como fatores externos que provocam muita pressão no interior do indivíduo. Sendo assim, a Burnout pode resultar em quadros de ansiedade, depressão, dentre outros males relacionados à saúde mental.
A Burnout é uma doença ocupacional?
Desde o dia 1º de janeiro de 2022, a Síndrome de Burnout foi inserida na Classificação Internacional de Doenças (CID) da Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso quer dizer que agora a Burnout se enquadra na mesma categoria das demais doenças relacionadas ao emprego, garantindo assim os mesmos direitos trabalhistas e previdenciários. Sendo assim, o trabalhador diagnosticado com a Burnout terá direito a licença médica remunerada pelo empregador. O tempo de licença é de até 15 dias. Em casos onde o afastamento será maior que 15 dias, o trabalhador poderá recorrer ao benefício previdenciário auxílio-doença acidentário, recurso este pago pelo INSS.
Vale lembrar que o auxílio-doença garante estabilidade provisória. O empregador não poderá dispensar o trabalhador, sem justa causa, até 12 meses após o fim do auxílio. Em casos de incapacidade de retornar à rotina de trabalho, após ser diagnosticado e passar pela perícia médica do INSS, o empregado terá direito à aposentadoria por invalidez.
Os sintomas
Você não precisa sentir todos os sintomas para ser diagnosticado com a Burnout. Os portadores desta síndrome desenvolvem a doença a partir de sintomas leves, o que ressalta a importância do diagnóstico e o acompanhamento profissional. No geral, as pessoas tendem a achar que os sinais da Burnout são passageiros ou acreditam ser apenas o cansaço do dia a dia.
“Esta síndrome está relacionada ao ambiente profissional e ao modo como a pessoa lida com ele. Entre os principais sintomas estão: a perda da vontade de realizar atividades corriqueiras e de trabalho, irritabilidade, tristeza e desânimo excessivos e muita ansiedade”, explicou a psicóloga Ana Gabriela Andriani em matéria publicada pela Istoé.
Veja mais alguns sintomas apontados por especialistas:
- Mudanças bruscas de humor;
- Irritabilidade;
- Agressividade;
- Ausências no trabalho;
- Exaustão extrema, física e mental;
- Alterações no apetite: sentir mais ou menos fome;
- Aumento da pressão arterial;
- Dores musculares;
- Dor de cabeça frequente;
- Insônia;
- Problemas no sistema gastrointestinal (estômago e intestino);
- Sentimentos de derrota e incompetência;
- Desânimo.
Em entrevista ao Fantástico, Drauzio Varella ressaltou a importância de auxiliar as pessoas que estejam apresentando os sintomas. “Se você notar a presença desses sintomas em uma pessoa próxima, procure orientá-la a ir atrás de ajuda especializada. Muitas vezes a pessoa não percebe que está nessa condição”.
Dicas rápidas para prevenção da Burnout
Sabemos que a rotina da imensa parcela dos(as) trabalhadores(as) do Brasil é muito desgastante. Pensando nisso, é possível adotar novos hábitos para lidar com esse dia a dia e ao mesmo tempo priorizar o lazer e bem-estar.
- Planeje a sua semana com antecedência. Ter em mente tudo que precisa fazer ao longo da semana fará com que você consiga ter um melhor desempenho em suas tarefas diárias.
- Defina metas para sua vida pessoal e profissional. Atente-se a todos os objetivos que você precisa alcançar para garantir o seu tempo de lazer. Ah, não se esqueça, é importante que essas metas sejam alcançáveis. Estipular metas muito altas farão com que você aumente suas cobranças.
- Tente sempre estar em locais e junto de pessoas que lhe proporcionam prazer. Evite o convívio com pessoas negativas e que reclamam muito do trabalho ou de outras pessoas. Mantenha a mente ocupada com pensamentos positivos sempre que puder.
- Fale sobre você e seus sentimentos. Conversar com amigos próximos ou buscar ajuda profissional é sempre uma boa opção.
- Não faça do álcool, tabaco ou outras drogas a sua “válvula de escape”. O uso contínuo dessas substâncias te atrapalham na organização dos seus pensamentos e fazem com que tudo pareça muito pior do que realmente é.
- Fuja de uma rotina engessada e pratique atividades físicas. Planejar a sua semana é essencial, mas nada é escrito em pedra. Alterne entre os restaurantes que você almoça. Vá a lugares diferentes, experimente. Busque por atividades novas que possam ser prazerosas.
- E, claro, descanse! Durma regularmente. A sua mente e o seu corpo são muito exigidos e precisam desse tempo para encarar um novo dia.
Como é diagnosticada
O diagnóstico da Síndrome de Burnout é realizado por um profissional com formação clínica especializada. O processo para identificação da doença é basicamente clínico e considera toda história do paciente e seu grau de envolvimento pessoal com o trabalho.
Como é diagnosticada
Após ser diagnosticado com a Burnout, o paciente pode ser orientado a fazer uso de antidepressivos, além da psicoterapia. A rotina de exercícios e o descanso estão inclusos na prevenção e também no tratamento da síndrome.
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Fontes: Blog Drauzio Varella, Blog Hcor, Site Tua Saúde, Fantástico, Istoé e Portal de Notícias G1.