Atualmente muitas pessoas têm mencionado a percepção de que o tempo está correndo rápido demais. E, este momento desafiador que vivemos, tem potencializado esta sensação. Contudo, o dia continua tendo as mesmas 24 horas, o que mudou foi a forma com a qual organizamos nosso tempo, já que democraticamente este está disponível, igualmente para todos.
Os processos e sistemas de trabalho se transformaram, nos exigindo rápida adaptação e muita flexibilidade. A necessidade de isolamento social e trabalho remoto, mudou a rotina das empresas e das pessoas, requerendo ajustes, que ainda são desafiadores para muitos. A atuação home office e o trabalho híbrido, são tendências globais, que para grande número de profissionais, veio para ficar.
Em 2018, de acordo com o IBGE, aproximadamente 3,8 milhões de pessoas trabalhavam em casa, e este número se tornou 5 vezes maior devido a pandemia da Covid 19. A Fundação Getúlio Vargas aponta que no Brasil, a estimativa é de que o trabalho remoto cresça 30%, mesmo após a estabilização dos casos de covid e a retomada da economia. Portanto, pensar e repensar este processo e os ajustes necessários, para empresas e profissionais, ainda envolve reflexões, discussões, estudos, pesquisas, exigindo a atenção de todos.
Dados de pesquisas recentes sinalizam que o modelo remoto trouxe às empresas, uma economia de 15%, em função da redução de despesas com manutenção do ambiente físico, água, café, lanches, Internet, energia, transporte. Obviamente as empresas enfrentam desafios neste contexto, relacionados a produtividade, gestão à distância, motivação, humanização do trabalho, dentro outros.
Da mesma forma, os profissionais que tiveram suas rotinas abruptamente alteradas, percebem benefícios, a exemplo da economia de tempo e recursos com deslocamento, mas ainda muitos desafios, como lidar com a falta de interatividade com colegas, administração da rotina de outras pessoas na casa, manutenção do foco devido ao aumento de distrações no ambiente doméstico, rigor com dieta e atividade física, aumento da carga e jornada de trabalho, stress e desgastes emocionais, etc.
Para lidar com as demandas e este novo formato de trabalho, é necessário estratégia, organização e disciplina, estruturando efetivamente um ambiente adequado para o home office, visto que as exigências e responsabilidades quanto às entregas e resultados não ficaram diferentes.
Importante, desde providenciar equipamentos, recursos, espaço apropriado, visando a manutenção da produtividade, quanto cuidar da saúde física e mental, especialmente frente à possibilidade de continuidade, para muitos, deste modelo. Um levantamento conduzido pela Fundação Dom Cabral, em parceria com a Consultoria Grant Thornton, indica que proximamente 54% dos entrevistados em 18 estados brasileiros, planejam a continuidade do trabalho home office, após o término da pandemia. Os desafios e ajustes ainda se impõem, mesmo com um ano neste contexto, exigindo continuamente adaptações nas relações entre empregados e empregadores.
Estamos presenciando o surgimento de novas dinâmicas nos relacionamentos e interações pessoais e profissionais, requerendo, além de infraestrutura e ferramentas tecnológicas, o desenvolvimento de soft skills importantes para este momento, bem como o fortalecimento de canais de comunicação transparentes, que ajudem pessoas e empresas a administrarem medos e inseguranças quanto ao futuro, que está em constante movimento, correndo em uma velocidade sobre a qual não temos controle.